segunda-feira, 16 de março de 2009

Palavras dos outros...

«Todos os grandes líderes precisam de imbecis. (…) Riem das piadas do dono, ladram aos seus inimigos, hesitam ao primeiro baque e vergam na esquina da contrariedade. Sabem de cor o que pensa o chefe, os timbres do seu humor e as modulações da sua voz. Como o cão de Pavlov salivam perante a campainha da sua presença. Dão muito jeito é certo, mas valem pouco no mercado transaccional.»

Claúdia Cardoso, in acores.rtp.pt.

«Estamos a perder terreno para o cinzentismo e a opinião condicionada.
Enquanto o cinzentismo é a arte de não se querer mostrar que se é preto ou branco com o objectivo de se ficar bem com Deus e o Diabo, sabe-se lá o dia de amanhã…, a opinião condicionada é a arte de estar bem com quem está. Uma posição cómoda que permite dizer que se está sempre a ganhar e que nunca se sofreu derrotas.
São assim as atitudes dos cobardes. Daqueles que não têm opinião própria e que, pensando serem “opinion makers”, não passam de papagaios manipulados ao serviço da anti-democracia. (…) Seria bom que houvesse mais parcialidade intelectualmente independente. Ter gente que pensasse pela sua própria cabeça sem ter medo do seu próprio pensamento.»


Paulo Ribeiro, in In Concreto.

Cabeças pensantes

A Opinião na Terceira - aquela que se lê na Imprensa - continua profundamente marcada pelo partidarismo. São rarissímas as excepções. O que, por um lado, inquina qualquer tentativa de pensamento imparcial da realidade circundante e, pelo outro, afasta quem procura recolher análises independentes para perceber o mundo que o rodeia. se alguém se der ao trabalho de analisar a Opinião escrita na Imprensa da ilha nos últimos anos, perceberá facilmente que os "opinion-makers" pouco ou nada mudaram. Os mesmos rostos, as mesmas ideias de base; no fundo, mais do mesmo. O Pensamento concreto, permanente e lúcido não existe. A excepção têm sido os blogues. O que reduz - e muito - o auditório. Mantendo-se, por isso, o deserto de inovação, contraditório e reflexão desta ilha.